Janeiro, primeiro mês do ano novo que traz o sentimento de esperança, uma tela em branco que inspira recomeços cada vez mais leves e próximos do que faz bem. Com ele iniciam se as campanhas anuais com diversas cores de conscientização sobre saúde. Neste mês temos o conhecido “Janeiro Branco”, movimento criado em 2014 pelo psicólogo mineiro, Leonardo Abraão. Este movimento busca chamar a atenção das pessoas e sociedade para temas em saúde mental, desde acessos a assistência psicossocial, políticas públicas, até cuidados frente a situações adversas do dia a dia.

Nada melhor que começarmos o ano valorizando este cuidado que integra o conceito de saúde. Em 1 948 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Diante disso, compreende-se que falar de bem-estar físico é também olhar para uma rotina de cuidado das outras esferas. A descompensação em uma área pode afetar as demais. Pensando nisso, o tema do janeiro branco deste ano é “A Vida pede Equilíbrio”. Leonardo Abraão afirma que a vida moderna tem trazido inúmeras conquistas e benefícios, mas ao mesmo tempo tem cobrado um preço muito alto de cada ser humano. Segundo a OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%) e o segundo com maior número de pessoas depressivas, equivalente a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%.

Estas descompensações em saúde mental ficaram mais evidentes após o período de pandemia e mesmo antes da COVID – 19, apenas uma pequena fração das pessoas tinha acesso a cuidados de saúde mental eficazes, acessíveis e de qualidade.

Então, além da prevenção e intervenções de cuidado para sinais de ansiedade e depressão, o que mais envolve a saúde mental?

• SAÚDE MENTAL é a forma como emoções, sentimentos, pensamentos e comportamentos influenciam nosso dia a dia, como agimos diante dos ganhos/perdas, os desafios e mudanças em qualquer fase da vida. Além de ser determinante para a estabilidade física, a saúde mental está relacionada à qualidade da interação individual e coletiva. E aqui pode se abordar as emoções que são geradas a partir da comunicação de um diagnóstico de uma doença que possa ser grave ou ameaçadora da vida. O adoecimento promove diversas dores, seja no paciente, familiar e profissional da saúde. Uma das dores é a mental/emocional que interfere significativamente no enfrentamento, adaptação e adesão em toda jornada do cuidado e seus desfechos. 

• Qual o desafio? a negligência, estigma, julgamentos e acesso. Ainda existe a ideia de que saúde mental está ligada apenas a transtornos mentais, a doença mental, ou até chegar a um estado agudo, grave e incapacitante, é tida como invisível. 

• Fatores determinantes: biológicos (genética e personalidade); ambientais; socioeconômico.

• Rede de apoio: Pode se ter o apoio de pessoas especializadas, como psicólogos e médicos psiquiatras ou das pessoas do convívio que possam exercer um espaço de acolhimento e escuta para direcionarem a uma ajuda especializada.

• “A vida pede equilíbrio”:  Equilíbrio é movimento, não é viver em um mundo estático. Viver em equilíbrio é sair do conceito “8 ou 80”, reconhecer os opostos e as transformações da vida. É compreender que onde se tem medo, pode se gerar coragem e esperança. É respeitar suas forças e também vulnerabilidades como oportunidade de Vida.

Então, assim como a saúde física, a MENTAL é parte integrante e complementar à manutenção das funções orgânicas. Nesse contexto, a promoção da saúde mental é essencial para que o indivíduo tenha recursos necessários para executar suas habilidades pessoais e profissionais. 

É um importante investimento de qualidade de vida. Investir em estratégias que possibilitem o desenvolvimento e harmonia das funções mentais é essencial para um convívio mais saudável e digno nas diversas relações, seja com você e com o mundo.

Vamos juntos neste cuidado?

CUIDAR DA MENTE É CUIDAR DA VIDA.